Nosso currículo constitui-se num conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte dos patrimônios cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças aqui matriculadas. Dá-se no espaço e tempo vivido, na relação e interlocução entre crianças e adultos, no tempo do recolhimento, da individualidade e da imprevisibilidade dos acontecimentos do cotidiano e para além das situações planejadas. Carrega o registro do percurso vivido contemplando um caráter integrador e construindo-se envolvendo todos os atores do processo educativo como famílias, crianças, educadores, comunidade, tendo como eixo o lúdico, o brincar, perseguindo o rompimento definitivo com a prescrição e a homogeneização.

 Serviram de base para a elaboração do Plano de Ensino e dos Projetos de Trabalho das equipes gestora, docente e de apoio, bem como estão continuamente presentes no desenvolvimento do currículo nesta escola, os textos Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2015), Referencial curricular nacional pra a educação infantil (MEC/SEF, 1998), as Orientações curriculares: expectativas de aprendizagens e orientações didáticas para a Educação Infantil (SME / DOT, 2007), a Orientação Normativa Nº 01 ( SME, 2014), As cem linguagens da criança: abordagem Reggio Emilia na educação da primeira infância  (EDWARDS) e; A contribuição dos parques infantis de Mario de Andrade para a construção de uma pedagógica da infância. Educação e Sociedade 20 (69), 60-91, 1999 (GOULART). Assim, a partir dos conceitos de Cultura da Infância, nós, comunidade escolar, tecemos nossos debates em parceria com a Unidade Básica de Saúde Malta Cardoso, o Conselho Tutelar do Butantã, o Instituto Santo Dias, a Diretoria de Educação do Butantã, os Centros de Educação Unificados do entorno, o comércio do entorno, profissionais liberais do território e outros.

Nossa EMEI Clycie dispõe de espaços internos e externos com potencial para a realização de projetos para a vivência das mais variadas experiências. Um valioso bem da escola é o seu espaço natural, com árvores – inclusive frutíferas –, arbustos, planícies, taludes, trilha, horta, flores, ervas medicinais etc. No entorno desta escola, existe um centro comercial, algumas praças, prédios, casas térreas, a Rodovia Raposo Tavares, o Parque Raposo Tavares, alguns córregos e o Rio Pinheiros. Elementos da natureza e da cultura podem desencadear a elaboração de projetos de Estudo do Meio pelos educadores, com potencial para contribuir com a sensibilização das crianças pequenas para os diferentes tipos de vida e a sustentabilidade destas no planeta Terra.

O Projeto Político Pedagógico visa garantir a cada criança matriculada o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. Nesta perspectiva, os educadores promovem atividades que favorecem o diálogo, o levantamento de questões e a definição de estratégias para a resolução de problemas e para a publicização da trajetória, sempre com as crianças.

Pensamos a pedagogia da infância como um processo de desenvolvimento de identidades plurais, apoiando o desenvolvimento das identidades pessoais, relacionais, holísticas nos seus contextos e culturas, das identidades que aprendem em pertença e participação, das identidades que exploram em comunicação e se iniciam a narrar a significatividade da aprendizagem.

 Caracterizam nossa proposta pedagógica para o ensino-aprendizagem da criança: 

  • a definição clara da intencionalidade educativa respeitadora das crianças, dos educadores e das famílias;

 

  • a definição clara e flexível das áreas de aprendizagem;

 

  • os critérios para a criação de um ambiente educativo provocador de aprendizagens;

 

  • os sistemas de monitorização da qualidade do quotidiano praxiológico e;

 

  • a perspectiva teoricamente congruente para fazer a avaliação das aprendizagens.

 

O eixo de nosso Projeto Político Pedagógico (PPP) é Educação para a Sustentabilidade.

A UNESCO, a ONU e todos os organismos mundiais nos chamam constantemente a atenção para a urgência de reorientarmos a educação em direção ao desenvolvimento sustentável. O capítulo 36 da Agenda 21 (UNESCO, 2002) apela a que se considere a educação como um processo através do qual todos os seres humanos e sociedades podem alcançar o seu potencial mais elevado. A Educação para o desenvolvimento sustentável emerge como um conceito dinâmico que engloba uma nova perspectiva de educação que procura integrar todas as pessoas de modo a levar a assumir a responsabilidade de criar um futuro sustentável.

 A sustentabilidade na escola pode ser definida como um conjunto de práticas e ensinamentos, que ocorrem dentro do ambiente escolar, voltados para o desenvolvimento sustentável do planeta. Num mundo em que os recursos naturais estão cada vez mais escassos e o meio ambiente sofre processos de degradação, a sustentabilidade nas escolas é de extrema importância. Além de conhecimentos teóricos nesta área, nossa escola trabalha também com ações sustentáveis práticas, que tem potencial para criar hábitos e responsabilidades nos adultos e nas crianças para ações atuais e futuras. Verificamos, nos quatro anos em que desenvolvemos ações coletivas de educação para a sustentabilidade, uma crescente consciência e participação das famílias das crianças nas questões relacionadas ao tema.

A ação educadora dos professores e demais educadores da escola neste processo é fundamental, pois acreditam, praticam, motivam e se envolvem nos projetos e ações discutidos e desenvolvidos com os alunos e a comunidade.

Diariamente, todos os adultos e crianças da Clycie discutem, planejam e realizam ações sustentáveis.  Dentre tais atividades, destacamos as seguintes por constituírem-se em projeto institucional (Na mesma mesa; Composteira; Leitura em Família; Coleta Seletiva de Papel; Bandinha; água e resíduos e Sala de Leitura): coleta seletiva dos papeis e material orgânico, reutilização de materiais recicláveis nos parques e em variadas atividades; manejo da composteira da escola; manejo da horta da escola; manejo e observação das leiras (amontoado de folhas ao redor das árvores); utilização dos espaços verdes internos e externos; uso de água e energia elétrica com economia; descarte e a coleta de pilhas e baterias usadas; valorização das diferenças e respeito ao outro; discussões acerca de questões cotidianas relacionadas à qualidade de vida na escola e no planeta; dedicação a busca de informações afins em livros, internet, DVDs e outros; não desperdício de alimentos etc.

Prezamos a participação de todos em cada ação, desde a concepção da ideia até a publicização do processo. Para isto, os educadores da escola, especialmente a Equipe Docente em parceria com a Coordenação Pedagógica, tem se dedicado intensamente a estudar o trabalho de autoria (projetos). Este se caracteriza por aproximar as crianças (e os demais) de práticas sociais, favorecer a busca de informações e valorizar a publicização dos conhecimentos adquiridos. Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão.

Pensar no encadeamento das etapas é fundamental. A ordem é lógica? Esse é o melhor caminho para que a garotada aprenda? Então, construímos um cronograma com elas e detalhamos como desenvolver o trabalho com a turma. Nesse ponto, o grupo decide o produto final – uma apresentação cultural, um blog, um vídeo, uma maquete, um brinquedo, a mudança de um espaço educativo, a escrita de uma carta coletiva, a colheita de um vegetal na horta, a retirada dos adubos da composteira e outros, dependendo do projeto que está sendo pensado, avaliado e desenvolvido.

Adultos e crianças observam todos os ambientes da escola atenta e constantemente pelos com o intuito de garantir que estejam de acordo com nossas escolhas pedagógicas e manifestações das crianças. Por exemplo, as palavras e imagens afixadas nas paredes estão na altura média dos olhos das crianças para facilitar a identificação, por elas, da relação entre a escrita e o que esta representa.

Quando o grupo propõe-se a sair da escola, todos passam a planejar ações para serem realizadas antes, durante e depois da visita. As atividades de campo proporcionam às crianças e, em alguma medida, aos educadores: a ampliação de experiências sensoriais e expressivas; vivências de experiências narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita; convívio com o gêneros textuais próprios das Ciências da Natureza; recriação, em contexto significativo, de orientações espaço temporais; ampliação da confiança e a participação nas atividades individuais e coletivas; aprendizagem mediada para a elaboração da autonomia nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar; vivência de situações éticas e estéticas em ambiente natural; aguçamento da curiosidade, do desejo de exploração, do encantamento, do questionamento, da indagação e do conhecimento em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais; conversas temáticas com todos os envolvidos – inclusive familiares; a utilização de máquinas fotográficas, internet, materiais de desenho e pintura e outros.

Assim, a saída com as crianças tem enorme potencial para aliar ações de sensibilização para a valorização dos recursos do entorno com os objetivos próprios da educação infantil, pois as diferentes atividades planejadas pretendem privilegiar o seu desenvolvimento e a construção articulada do saber. Numa abordagem integrada e globalizante, as crianças tem a oportunidade de vivenciar experiências matemáticas, linguísticas, com a natureza e a cultura, consigo e com os outros etc. Esta atividade pedagógica concretizada pela imersão orientada na complexidade do local visitado torna, portanto, mais significativo o processo ensino e aprendizagem e proporciona a todos os envolvidos o desenvolvimento de um olhar crítico e investigativo sobre a aparente naturalidade do viver social.

Assim, ocorre sempre em três etapas: a preparação, o desenvolvimento e a síntese. Desde o início dos trabalhos, estão presentes as questões abaixo e outras, sugeridas pelas crianças, que permeiam cada etapa e constam na produção final de cada turma, com as respectivas respostas por elas elaboradas:

  • O que há no caminho da escola até o local?
  • O que há no entorno do local?
  • O que há dentro do local?
  • O que você sentiu ao visitar o local?
  • O que você descobriu durante a visita ao local?
  • Como o ambiente é tratado no local?

 Na etapa da preparação, com base nas questões orientadoras, as crianças fazem um levantamento em livros, na internet e por meio de pesquisa com seus familiares sobre o local: localização, mapa do trajeto, características, história, trilhas, lazer, composteira, horta etc. Em roda de conversa, socializam seus conhecimentos e desenhos e definem o horário de realização de cada atividade que será realizada no trajeto, no local e no retorno com a sua turma, consultando mapa com todas as opções, explicado pela professora.

Na etapa do desenvolvimento, de acordo com o combinado com as crianças, os grupos terão a oportunidade de realizar o que foi planejado na escola e registrar as imagens mais significativas para elas.

Finalmente, na etapa da síntese, nos dias que se seguem, crianças e adultos analisam as fotografias, fazem comentários e proposições sobre as delícias do passeio, a importância da visita e as suas aprendizagens. Cada turma produz algo que sintetize as percepções, os sentimentos, as aprendizagens, os desejos etc.

 A avaliação da saída é realizada continuamente pelas crianças e pelos adultos, num movimento ininterrupto de escuta e registro das manifestações de todos os participantes. O material produzido a partir das contribuições de cada um e dos grupos e com base nas questões norteadoras é socializado no pátio da escola e nos grupos de professores e de pais do Google Groups (emeiclycie@googlegroups.com e comunidadeclycie@googlegroups.com).

 Sempre temos um olhar atento de todos os educadores e das crianças da escola quanto ao conforto para a participação efetiva de todos, ao acolhimento dos visitantes e à organização, limpeza, acústica e silêncio do local. Todo registro de avaliação é feito no livro de Hora Coletiva (HC) e contem fotos e a opinião as crianças e dos educadores participantes, incluindo as famílias. O foco é a importância do evento para o desenvolvimento integral das crianças.

 A Avaliação do desenvolvimento das crianças (Portaria Nº 7598/16) é feita, diariamente, pelas professoras de cada agrupamento. Nas salas de convivência referência de cada classe encontra-se seu respectivo Diário de Bordo, importante recurso utilizado para a anotação de fatos relevantes relativos ao grupo, ao processo de ensino, ao desenvolvimento de cada criança e outros. São utilizados filmes, fotos, objetos, desenhos, esculturas e outros recursos portadores de informações sobre o desenvolvimento integral da criança. Utilizando-se deste registro feito pelas professoras e outros educadores que coordenam as ações realizadas por cada agrupamento, elabora-se um Relatório Descritivo do Desenvolvimento da Turma e um Relatório Descritivo do Desenvolvimento de Cada Criança (anexo) que comporão os portifólios individuais, juntamente, com outros registros do grupo ou individuais. Os originais destes portifólios serão mantidos na escola até a transferência da criança, ocasião em que a família levará para a próxima Unidade Educacional cópias das fichas de avaliação e os originais dos demais registros.

Nesta escola, a avaliação nunca terá a função de classificar a criança. As vivências de todas as experiências na escola são observadas pelos educadores, responsáveis pelo planejamento de intervenções educativas a partir dos fatos verificados. Avalia-se a criança em relação a si mesma sem compará-la com outras crianças e visando identificar suas potencialidades, interesses e necessidades.

O registro traz a história dos caminhos percorridos pelo grupo e por cada um em suas interrelações. O registro final da avaliação feita diariamente pelas professoras, crianças e famílias é realizado em documento digital próprio e comum a todas as turmas (Portaria Nº 7.598/16 e anexo).

A ficha para o registro final encontra-se no computador dos professores, na sala da Coordenação Pedagógica e pode ser alimentada o ano todo.

 No desenvolvimento dos projetos ao longo do ano, as turmas compartilham conhecimentos, objetos, textos, afetos etc nas variadas vivências dentro e fora da escola. Tudo isso dá origem a um rico conjunto formado por livros, alimentos, objetos, fotos, filmes, lembranças, relações e dúvidas, muitas dúvidas. Isto porque, quanto mais as pessoas têm liberdade para se manifestarem, mais elas querem saber do mundo e nele agir. É esta riqueza do nosso trabalho com elas que nos leva a proporcionar-lhes a oportunidade de mostrarem suas conquistas. O papel dos educadores, neste caso, é o de facilitar tal comunicação pelas crianças (a revelação do caminho percorrido) após ter discutido e decidido com a turma – relatos falados, escritos, filmados, dramatizados, cantados e outros.

O documento pensado e elaborado pelas professoras desta escola tem itens comuns a todas as turmas (anexo): caracterização da turma, descrição das experiências vivenciadas individualmente pela criança e suas manifestações diante delas e lista de habilidades, de múltipla escolha, utilizada para todos os alunos. Também compõem o texto as manifestações dos familiares e das crianças dos seus sentimentos durante as vivências cotidianas nesta unidade educacional. Alguns registros de produções individuais ou grupais complementam o dossiê, em papel ou eletrônicos (neste caso, há a disponibilização do endereço da postagem).

Nossas principais ações coletivas:

Diário de Bordo

É um caderno que tem a função de facilitar a comunicação entre as professoras da turma. Além de um bate-papo diário por escrito, permite a coleção de elementos importantes para entendimento amplo do processo de desenvolvimento de cada criança, de acordo com os objetivos postos pela dupla de professoras no início do período letivo.

 

Cursos/socialização pelos participantes

Nesta Unidade Educacional, a saída em horário de trabalho para participação em reuniões, cursos e afins é incentivada e facilitada. No retorno, os profissionais participantes devem registrar o percurso e os conteúdos da formação, de forma clara e detalhada e entrega-lo à Coordenadora Pedagógica para providências quanto à socialização deste registro.

 Encontros das duplas de professoras de cada turma

Aqui na Clycie, todas as turmas tem duas professoras regentes, o que aumenta ainda mais a riqueza das possibilidades de trabalho com as crianças. Os diálogos entre estas professoras ocorrem por What’s App, por e-mail, pelo diário de bordo, por intermédio da Coordenadora Pedagógica, nas Reuniões Pedagógicas e outras. Além disso, temos um horário semanal para este encontro, quando uma delas está em sala de aula e é substituída por 45 minutos pela professora em Módulo do período e a outra se encontra em Horário Coletivo, Individual ou Atividade. Apesar de termos estabelecido um horário, as professoras, com a CP, costumam se organizar de diferentes formas para garantir que os encontros ocorram.

 Semanário e Diário de Classe

 O Diário de Classe é um documento oficial da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e deve ser preenchido de acordo com as orientações nele contidas. É vistado pela Coordenação Pedagógica semestralmente.

O Semanário é um documento pensado pelas professoras de cada turma. A definição das atividades permanentes é feita em fevereiro. Às segundas-feiras e nos encontros das duplas, as professoras fazem a programação das atividades a serem desenvolvidas nas semanas subsequentes, de acordo com o que foi discutido e combinado com as crianças. No caso da falta de algum material, este deve ser solicitado imediatamente à Coordenadora para que seja providenciado a tempo.

 Mostra Cultural

 Nós, alunos e educadores desta escola produzimos cartazes, coreografias, vídeos, imagens e tantas outras coisas no desenvolvimento de nossas atividades diárias. A mostra de tudo isso é feita para todos nos quatro sábados reservados para recebermos as famílias. Por serem autoras, as crianças são responsáveis pela organização e apresentação aos familiares, em parceria com suas professoras e demais adultos da escola.

 Parcerias com empresas e consultorias

As atividades facilitadas por grupos de teatro e outras artes, Organizações Não-Governamentais (ONGs), consultorias advindas de órgãos públicos (DIPED/DRE, CEFAI/DRE, DEME/DRE etc, são contratadas de acordo com o planejamento das crianças, professoras e demais educadores da escola. Mesmo aquelas não temáticas, com função de socialização e diversão, por exemplo, devem ter sua origem no coletivo da escola.

Quando há visitas dos diferentes órgãos da Secretaria Municipal de Educação, os educadores, familiares e as crianças envolvidos na temáticas são convidados com antecedência e é feita a (re)organização da escola, se necessário. Ao final, os profissionais participantes devem verbalizar ou escrever suas impressões e encaminhamentos e entrega-lo à Coordenadora Pedagógica para providências quanto à socialização do teor da reunião.

Leitura em Família

Cada criança, às quintas-feiras, escolhe um livro para ser lido em família e devolvido na segunda-feira subsequente. Neste dia, as crianças são incentivadas pelas professoras e pelos colegas a relatar sua experiência com os familiares e com a história escolhida. Esta é uma importante oportunidade para as docentes conhecerem melhor a rotina familiar das crianças e seus questionamentos, o que poderá contribuir com a definição de futuros projetos com a turma.

Há um trabalho na escola em que algumas professoras enviam, com o livro escolhido, uma maleta confeccionada em E.V.A (acima) contendo um caderno de desenho e alguns gizes de cera. Com este material e após a  leitura, o adulto juntamente com a criança poderiam  registrar a história e suas emoções. 

Horta pedagógica

Horta é um recurso importante para o trabalho com alimentação, segurança nutricional e sustentabilidade na escola. O objetivo da horta é proporcionar a vivência de todo o processo de produção do alimento e, por isto, o espaço pode ser pequeno, desde que o acesso das crianças seja fácil e seguro. O acompanhamento do ciclo de vida da salsa, por exemplo, pode facilitar a aceitação desta hortaliça pelas crianças, pois esta teve a oportunidade de sentir o seu cheiro, planta-la, observar seu desenvolvimento, colhe-la, ver a floração com as sementes (raramente observadas nas grandes cidades), rega-la, cuidar do canteiro etc. Aqui na escola Clycie, todos os profissionais estão envolvidos de alguma forma com a horta: rega diária no início da manhã e fim da tarde pelas crianças em dias letivos e pelos educadores em dias não letivos e finais de semana; utilização de produtos da horta na alimentação das crianças (manjericão e salsa, por exemplo; separação e plantio, pelas crianças, de sementes de vegetais e frutas servidos nas refeições para observação e cuidados diários na escola; participação das famílias por meio do fornecimento de receitas, da doação de mudas e manejo da terra;  parceria com a Unidade Básica de Saúde (UBS) Malta Cardoso para a manutenção da horta e a criação de uma farmácia viva no quintal da escola com as famílias e as crianças;

 Jardim pedagógico

 Assim como a horta, o jardim da escola também é um recurso pedagógico importante para as experiências das crianças com a natureza. Sempre que há interesse, educadores, alunos e familiares se organizam para realizar o plantio de novas mudas, efetuar a limpeza e a retirada de ervas daninhas e regar as plantas.

 Minhocário

Minhocário ou vermecomposteira é um recurso importante para a formação das crianças e dos adultos quanto à necessidade da separação dos resíduos adequadamente, da sua destinação correta e do reaproveitamento do mesmo no dia-a-dia. O último trabalho (com a turma 5D) foi realizado em maio de 2016. Infelizmente, o minhocário não será ação institucional em 2017. Produzíamos cerca de 5kg de composto orgânico sólido e 5L de composto líquido (xixi das minhocas) a cada 3 meses. Apesar de termos material suficiente para ser retirado pelas crianças e aplicado na horta e no jardim pelas mesmas, o objetivo de tal tecnologia (minhocário) não foi totalmente atingido porque muitas crianças ainda desconhecem o sistema, seu funcionamento e, principalmente, sua importância para o planeta e viabilidade em ambiente doméstico. O trajeto: chegada dos alimentos na escola > armazenamento no estoque > contagem das pessoas que irão se alimentar > higienização e fracionamento > cozimento/preparo > realocação do réchaud no pátio > preparação do réchaud com água > ligação do réchaud para aquecimento da água> abastecimento dos recipientes com os alimentos preparados > organização dos utensílios > alimentação das crianças e degustação dos adultos > separação dos resíduos > alimentação da composteira externa com resíduos orgânicos cozidos ou crus, com ou sem tempero com camada de folhas secas por cima > alimentação do minhocário com resíduos crus e cozidos sem tempero e sem frutas ácidas com camada de folhas secas por cima >>>>> retirada do adubo líquido sempre que necessário > retirada do composto (adubo) da caixa do meio da vermicomposteira, colocação da mesma no andar de cima e reinício do processo >  colocação dos compostos líquido e sólido nas flores, plantas e horta na proporção de 1 para 10 de água > rega constante do solo > produção de temperos e hortaliças > colheita pelas crianças para entrega na cozinha e utilização das verduras, legumes, temperos etc da nossa horta no preparo e finalização da comida da escola > continuação do ciclo (retorna ao início deste esquema).

Vermecomposteria em plena produção observada pelo Sr. Marco Rici da ISWA para a produção de material sobre Compostagem nas Escolas. Obrigada pela parceria! Nosso muito obrigado aos profissionais do ISWA pela visita!

 

Composteira

 Nossa composteira está localizada ao lado da cozinha da escola, na área externa. As crianças depositam todo o material produzido durante o preparo das refeições e também cascas e restos de comida descartados durante as refeições. Há uma escala para a alimentação da composteira e o material é armazenado em pequenas porções para proporcionar o manejo seguro e confortável pelas crianças.

 Leitura e Sala de Leitura

 Considerando a importância de determinada organização do espaço e do tempo para a manutenção de um ambiente alfabetizador na escola, no dia-a-dia, as crianças e os adultos desta escola discutem, propõem, executam e avaliam as relações e a organização dos espaços e tempos da escola. Por exemplo, todos estão sempre atentos à forma como estão dispostos os textos e as imagens e, caso se apresente alguma dificuldade de visualização ou entendimento para as crianças, a questão é colocada, discutida e resolvida com elas.

Todo material deve estar ao alcance dos olhos e das mãos das crianças e numa disposição confortável e por elas sugerida. Há uma estante com livros no pátio para livre exploração. Também criamos uma sala de leitura com mesas, cadeiras e pufes para contação de histórias, leitura livre, rodas de conversa, ilustração etc. A organização desta sala faz parte de nosso currículo, ou seja, as crianças participam da disposição inicial dos livros nas estantes e mantêm tal organização ao longo do ano, salvo se decidirem coletivamente por alguma alteração.

 Programa Na Mesma

Este Programa, proposto pela Secretaria Municipal de Educação, visa o desenvolvimento de práticas de Segurança Alimentar nos horários das refeições escolares. O Programa Na Mesma Mesa é um recurso pedagógico para as crianças aprenderem por meio do exemplo dos adultos. Assim, cada adulto da escola tem como função no projeto fazer a degustação sentado à mesa com as crianças de uma porção igual àquela ideal aos adolescentes (ver tabela de porções) e interagir com elas sempre para incentivar a degustação de todos os alimentos do cardápio, utilizar corretamente o garfo, a faca, o guardanapo e o prato, bem como separar corretamente os resíduos nas lixeiras (balde azul – papel; balde vermelho – plástico; balde marrom – resíduos do prato para a composteira; verde – vidro; caixa transparente – alimentos crus para o minhocário). O Projeto Na Mesma Mesa da EMEI Clycie encontra-se afixado na parede externa da cozinha e deve sempre balizar as ações durante as refeições das crianças. Importante fazer registros em áudio, vídeo, fotográfico sempre que isto tiver o potencial de colaborar com a otimização do mesmo e o enriquecimento dos registros de avaliação, com vistas à sua manutenção nesta Unidade Educacional.

Isto requer: o estabelecimento de sequências didáticas todas as semanas em todas as turmas com atividades de observação, reconhecimento de cheiros, texturas, sabores, estado de conservação dos alimentos crus, diferentes tipos de apresentação dos alimentos nas embalagens e nos preparados, rodas de conversa ouvindo as crianças sobre aceitação, sugestão de preparo, experiências em casa quanto ao tipo de refeições e acomodações, sugestão de layout do pátio e da apresentação do cardápio, possibilidade da cozinha experimental na escola, sugestão de layout, organização, receitas e material no novo local, modo de organização do local e dos horários das refeições etc. O local de alimentação deverá ter todos os presentes com foco na comida, nos cheiros, sabores, texturas e ações com os utensílios, por isto, as orientações, discussões e sugestões devem ser feitas em momentos diversos daqueles do lanche, do almoço e do jantar. A cozinha da escola está disponível para o preparo de novas receitas, visitação etc, sempre em parceria com a gestão da escola e as nutricionistas da Base (Janaina) e da PMSP (Eleusa). Todo o material em papel e demais produções resultantes do trabalho com as crianças sobre o tema (peça teatral, vídeo, maquetes, receitas, fotos, esculturas, excursões e outros) deve ser afixado no pátio em altura e disposição que favoreça o maior contato possível das crianças com os produtos publicizados. No momento, o Grupo 3 de PEA (Cidinha, Renata, Luciana e Maíra) está empenhado em aprofundar seus conhecimentos e aperfeiçoar sua prática neste quesito e está à disposição de todos para esclarecimento de dúvidas, discussões temáticas, sugestões de atividades e leituras e outros. O Grupo 4 de PEA (Carla e Halide) também destacou este tema para este trimestre e estamos aguardando a oficialização da criação do mesmo.

 Área externa e parques

Nossa área externa tem potencial para favorecer infinitas vivências pelas crianças e seus educadores. A Equipe Docente tem se dedicado a estudar, ouvir das crianças e sugerir variadas formas de experimentar a vida nos parques, nos taludes, nos jardins, na horta, na composteira, na trilha, no pomar, na quadrinha de esportes, sob o quiosque, na pista de trânsito, no entorno da escola, nas praças do bairro e no centro e na periferia da cidade.

 PEA (Projeto Especial de Ação) Projetos de Sustentabilidade

 Nossa trajetória de formação nos últimos quatro anos: 2013 – Ressignificação dos Espaços e dos Tempos da Escola em função da Cultura da Infância; 2014 – Experiências com a Linguagem Matemática; 2015 – O brincar na escola de Educação Infantil e; 2016 – Sustentabilidade por meio do trabalho com projetos. 

            Em 2017, continuaremos desenvolvendo o Projeto de Estudo (PEA) elaborado em 2016, pois reconhecemos nele um importante aliado para o alargamento e o aprofundamento dos conhecimentos e das ações pedagógicas com as crianças, especialmente na dimensão da autoria das mesmas.

            Os registros são circunstanciados e trazem a teoria, a prática, as manifestações dos educadores e das crianças, registros fotográficos e outros. As pautas e os documentos são elaborados pelos integrantes de cada grupo de PEA em parceria com a Coordenação da Escola.

     

A publicização é feita nas reuniões com as famílias e nas reuniões pedagógicas pelos membros dos grupos.

 

INDIQUE Indicadores de Qualidade na Educação Infantil) e Reuniões com as Famílias

 Visando a participação do maior número possível de familiares das crianças nas reuniões e, após realizarmos nossos encontros em variados horários, optamos pelo sábado. Assim, as Reuniões com as Famílias ocorrem em três sábados, no período da manhã, ao longo do ano. Por tratar-se de dia letivo, as crianças são recebidas pelos professores e demais educadores do contraturno, responsáveis pelas atividades pedagógicas do dia, inclusive pela coordenação da Mostra Cultural. Quanto às reuniões do INDIQUE: são realizadas em dois dias da semana, em abril e maio, e no horário mais adequado às necessidades das famílias, de acordo com pesquisa realizada com um mês de antecedência. 

 

Homenagem aos aniversariantes do mês

Toda última quinta-feira do mês tem festa de aniversário! Os responsáveis pela organização são os professores de um período da escola por vez, iniciando com o período da manhã em fevereiro, intermediário em março e tarde em abril e assim sucessivamente. O planejamento escrito é entregue para a CP com 15 dias de antecedência, com as atividades que serão realizadas e o material que será utilizado. As crianças sempre participam da idealização e elaboração da decoração, da confecção do bolo, de cartões para os aniversariantes etc, sempre de acordo com o Programa Na Mesma Mesa e os projetos em andamento em cada turma.

 Dia da Família

Todo ano, realizamos, pelo menos, dois Dias da Família na Escola. Fazemos plantio, piquenique, palestras, brincadeiras, dia da beleza e tantas outras coisas, sempre de acordo com as manifestações das próprias famílias, das professoras e demais educadores da escola e das crianças.

 Parceria com Educação Ambiental UBS Malta Cardoso

Nossa parceria com a Unidade Básica de Saúde Malta Cardoso vai além das atividades educativas e de prevenção de doenças, vacinação e encaminhamento para diagnóstico de saúde (anexo). Também nos ajudam a cuidar da nossa horta e na criaram uma farmácia viva no terreno da nossa escola!

 Comunicação com as famílias

            A comunicação com as famílias das crianças é feita, diariamente, na entrada e na saída. Complementamos nossas informações verbais com bilhetes na agenda de cada criança, de mensagem para o email comunidadeclycie@googlegroups.com, de mensagem para o what’app do familiar, post no Facebook e telefonema. A Equipe Docente é responsável pela elaboração do texto do bilhete e a Assistente de Direção faz as cópias e as entrega para a Coordenadora, que faz a distribuição. As professoras são responsáveis por colar e informar o familiar da ocorrência do mesmo.

 Salas de convivência

As salas de convivência desta escola são identificadas pelas cores laranja, amarela, verde e azul. Nelas está todo o material específico de cada turma. Cada professora é responsável pela guarda, utilização e manutenção do acervo, bem como pela elaboração de lista de compras e aviso de conserto (por escrito), sempre que necessário. A Coordenadora é responsável por repassar tais informações para a Assistente de Direção.

Informática para as crianças (ex. uso do youtube, internet etc)

            Nossa escola dispõe de 16 computadores para uso pedagógico. No entanto, todos estão “travados”, pois sua memória não suporta o programa Blue Control, instalado pela SME. Esta, nos proíbe de desinstalar o programa. Estamos aumentando a memória de cada aparelho à medida que recebemos verba compatível com a ação. Enquanto isso, cada educador da escola tem proporcionado experiências às crianças conforme suas possibilidades: 4G do celular, fio de internet de 5 metros saindo da sala da Coordenação, utilização da sala e do computador das professoras, uso dos tablets da escola, por exemplo. Há um cabo de internet na sala de multimídia, mas não funciona desde que foi instalado, apesar do técnico particular garantir que não há problema com o equipamento.

 Som e Vídeo

Há uma mesa de som e um equipamento com microfone instalado no pátio. Temos uma sala multimídia, onde estão 16 computadores didáticos com o sistema travado, um telão e instalação de fio de internet (não funciona). Cada sala de aula dispõe de um telão e nele pode ser ligado um dos dosi projetores multimídia da escola. Todo trabalho com som e vídeo está atrelado ao PPP da escola e aos projetos desenvolvidos com cada turma. Os nomes dos filmes, sites e músicas utilizados com as crianças ficam registrados nos semanários das turmas (sempre com, pelo menos, uma semana de antecedência). Não temos técnico de som e, por isto, a operação é feita por cada interessado ou grupo de interessados, que tem a responsabilidade de cuidar do equipamento, das mídias e de comunicar a Equipe Gestora sobre algum problema encontrado para que as providências cabíveis sejam tomadas.

 Pista de Educação para o trânsito

            Considerando a importância do ambiente alfabetizador, todos os usuários da escola devem fazer ou orientar a fazer uso adequado da pista de trânsito. Isto porque temos ali a representação fiel de faixa de segurança e mão de direção e o que as crianças aprenderem aqui poderão reproduzir nfora da escola.